Começo com uma pergunta: O que leva alguém a querer ser dentista? Nunca entendi isso. Imagina a cena:
- Juquinha, o que você quer ser quando crescer?
- Ah tia Maricotinha, quero ser dentista. Meu sonho é cuidar de bocas podres...
Não dá. É inimaginável. Todo dentista é um homicida em potencial. Ninguém me tira da cabeça que eles sentem prazer ao lembrar de uma extração.
O pior é que, de vez em quando, algum odontólogo resolve incrementar o sofrimento. Cito o meu caso:
Terça, 22 de setembro de 2009, 15:50. Sala de espera do consultório dentário (na verdade dos consultórios, são uns três, o que - decididamente - piora a situação, já que o som das brocas faz as vezes de música ambiente). Ao meu lado uma menininha de uns 5 anos com o pai.
Secretária:
- Senhor Eduardo? Pode entrar.
Viro-me em direção à menininha.
- Não quer ir na frente? Não estou com pressa. (risada amarela)
Menininha:
- Deixa de ser frouxo e vai logo! (nunca pensei que odiaria uma criança, mas essa era uma mistura de Maísa com Chuck).
Vesti minha roupa de homem e entrei. Anestesia local e os trabalhos começam. Até que estava indo tudo bem, nada de muita dor. Até que o desgraçado dentista fala pra secretária:
- Coloca um DVD bom aí para relaxar nosso amigo.
- Qual doutor?
- Escolhe aí.
- ....
Palmas, gritos... alguns acordes e de repente: "Linda, só você me fascina, te desejo muito além do prazer..."
AHHHHHHHHH!!!! Canal ao som de Roupa Nova!!
Depois disso, minha concepção de inferno mudou drasticamente...
Ao navegar pelo You Tube, achei um vídeo que, finalmente, explica o que leva um indivíduo a enveredar por tão escrota nobre profissão.